Inclusão Escolar do Surdo

Este blog tem por finalidade abranger temas relativos a inclusão de modo geral, com foco no aluno surdo, para isto, traremos textos de pesquisadores da área, legislação e assuntos que consideramos relevantes para a inclusão do aluno surdo!

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

ACESSIBILIDADE PARA SURDOS


Acessibilidade para surdos é muito mais do que isso que apresentaremos abaixo. Mas vamos passar aqui somente algumas coisas que podem ser feitas para uma maior acessibilidade para surdos:
Polícia, Bombeiros, Ambulância: É Preciso que esses serviços emergências tenham um número de celular que funcione 24hs, para o qual possa ser mandados torpedos em caso de emergência. Basta que o celular fique ao lado do funcionário que atende ao telefone.
Planos de Saúde: Como todos possuem site deveria manter um chat que funcione em horário comercial ao qual possa ser feita a marcação de consultas médica e exames. Os consultórios médicos têm no mínimo uma secretária com um computador conectado à internet o dia todo, o MSN poderia ser utilizado para que os surdos marcassem suas próprias consultas e exames.
Colégios, Faculdades e Cursinhos: Devem manter um interprete de libras, que ajudem os surdos a acompanhar as aulas.
Operadoras de Celular: Deveriam disponibilizar planos com tarifas mais baixas, visto que o surdo só utiliza torpedos e pacotes de internet. Porém é obrigado a pagar pelo serviço de voz que não utiliza.
Operadoras de Telefone Fixo, Luz e Outros Serviços: Precisam urgentemente de atendimento por chat ou SMS para quem não pode ligar para o 0800.
Hotéis: Cada hotel deveria ter um despertador vibratório, para que os hóspedes surdos utilizem em suas viagens e também um atendimento por chat ou SMS para serviço de quarto.
Bancos e Repartições Públicas: Qualquer local com fila para atendimento ao público deve ter aviso luminoso de que estão chamando o próximo da fila.

      Informações Escritas: devem ser simples e claras, em português claro, sem palavras muito difíceis e, se possível, com desenhos ou fotos ilustrativas (cardápios, por exemplo); Folhetos impressos escritos com a programação, instruções e regras facilitam a comunicação.

      Eventos: Eventos com intérprete de Libras: local adequado para colocação do intérprete, de modo que o surdo possa visualizar o intérprete e o que está acontecendo no evento.

     Alarmes: No caso de alarmes ou chamada de senhas, precisam ser também visuais ou vibratórios, não devem ser exclusivamente sonoros.     

     Televisão: closed caption em TODOS os programas da TV aberta e da TV paga, principalmente nos jornais. Para vídeos/filmes (exemplo institucionais e informativos) é recomendado o intérprete de Libras, além da legenda.
      

Fonte: acessibilidadenaprática.blogspot.com/.../acessibilidade-parasurdos.ht
            www.megainfo.inf.br/tolearn/.../doc_acessibilidade_surdos.pdf


FUNÇÃO DOS PROFESSORES E DOS INTÉRPRETES NA EDUCAÇÃO DO ALUNO SURDO

Uma realidade no cenário educacional brasileiro é a falta de preparo dos professores ao receberem os alunos surdos, suas ideais ainda são regadas de preconceito, quando afirmam que o surdo tem dificuldades para aprender, além de equivocadas em relação a surdez. Os professores ainda duvidam da capacidade e do potencial intelectual desses alunos, acabam sendo mais tolerantes com os alunos surdos e evitam atividades que envolvem a aprendizagem da linguagem, acabando por serem incoerentes ao afirmarem o tratamento igual a todos os alunos.
Mas o principal fator para essa prática esta relacionado a falta de preparo dos professores, acabam, dessa maneira, prejudicando a aprendizagem dos alunos. O professor deve se adequar as dificuldades dos alunos, devendo aprender, primeiramente, a Língua de Sinais. Geralmente o docente conhece pouco sobre a língua e acaba por se comunicar com os alunos surdos de qualquer maneira.
Para que o surdo seja incluído na escola é necessário, também, o trabalho do intérprete. “O intérprete tem tido uma importância valiosa nas interações entre surdos e ouvintes. Na maioria  dos casos, os intérpretes têm contato com a língua de sinais a partir dos laços familiares e da convivência social com os vizinhos e amigos surdos.” (Gesser, 2009, p.45)
 Os Intérpretes de Língua de Sinais surgiram, a partir da necessidade da comunidade surda de ter esse profissional como auxiliar no seu processo de comunicação e, para que isso se tornasse realidade, fez-se necessário que houvesse a oficialização da Língua Brasileira de Sinais - Libras.

Em relação ao papel do intérprete em sala de aula, se verifica que ele  assume uma série de funções (ensinar língua de sinais, atender a demandas pessoais do aluno,  cuidados com aparelho auditivo, atuar frente ao comportamento do aluno, estabelecer uma posição adequada em sala de aula, atuar como educador frente a dificuldades de aprendizagem do aluno) que o aproximam muito de um educador. Assim, defendem que ele deva integrar a equipe educacional, todavia isso o distancia de seu papel tradicional de intérprete gerando polêmicas. Os autores reafirmam a necessidade de mais pesquisas nesta área, esclarecendo melhor as semelhanças e diferenças entre o intérprete e o intérprete educacional. (Lacerda e Poletti, p.3)

O intérprete da Língua de Sinais precisa ter domínio dos sinais e da Língua Portuguesa, em alguns momentos as duas serão utilizadas. O intérprete significa a aproximação, a união do mundo dos ouvinte e do mundo dos surdos. Pois muitas vezes os surdos deixam de exercer sua cidadania devido a falta de um intérprete.
Para a formação do intérprete é necessário o embasamento teórico principalmente prática na tradução, Português - LIBRAS, bem como, LIBRAS - Português. As áreas de atuação do intérprete de LIBRAS são variadas, em sua maior parte, em eventos (palestras, congressos, seminários, fóruns, encontros), instituições de ensino, área médica e judiciária, igrejas e atividades do dia-a-dia.
Para a atuação do intérprete é necessário formação especifica, ética profissional, fidelidade à interpretação, imparcialidade e discrição em todos os sentidos. Esses profissionais tem papel fundamental para a integração e valorização dos surdos, portanto o contato diário com os surdos, conhecimento da cultura, leis e deveres de sua profissão são fatores fundamentais para desempenharem um bom trabalho.
Muitas instituições ainda negam o acesso do surdo ao conhecimento, deixando de contratar o intérprete. Escolas, empresas privadas e serviços públicos precisam da presença do intérprete. De acordo Gesser( 2009, p.45)

o surdo precisa de intérprete em espaços institucionais em que as pessoas não falam a sua língua já é um direito reconhecido pela Lei nº 10.436, aprovada em 24 de abril de 2002. Então, escolas, universidades, repartições públicas, tribunais, hospitais etc. devem atender essa população específica assegurando-lhe o seu direto  linguístico de poder ser assistido em sua própria língua.

O papel do intérprete, por exemplo, deve ser bem delimitado, tendo em vista que suas funções, muitas vezes, não são claramente definidas. De acordo com Lacerda e Poletti, o intérprete acaba assumindo varias funções na sala de aula, entre elas, ensinar língua de sinais, atender a demandas pessoais do aluno, cuidados com aparelho auditivo, atuar frente ao comportamento do aluno, estabelecer uma posição adequada em sala de aula, atuar como educador frente a dificuldades de aprendizagem do aluno que o aproximam muito de um educador.
O intérprete precisa ser na equipe escolar, ficando claro qual é o papel de cada um dos profissionais frente à integração e aprendizagem da criança. Suas opiniões são tão importantes quanto às de qualquer outro, pois ele conhece bastante a criança, a língua de sinais e tem também responsabilidade como educador frente a ela. Ao mesmo tempo, é importante que o professor regente de classe conheça a língua de sinais não deixando toda a responsabilidade da comunicação com os alunos para o intérprete. (Lacerda e Polleti, p.5)




Fontes:
GESSER, Audrei. Libras? Que língua é essa: crenças e preconceitos em trono da língua de sinais e da realidade surda. São Paulo: Parábola Editorial, 2009.

 LACERDA,  Cristina B. F. de; POLETTI,  Juliana E. A Escola inclusiva para surdos: a situação singular do intérprete da Língua de Sinais. GT: Educação Especial /n.15. FAPESP. Disponível em: http://www.anped.org.br/reunioes/27/gt15/t151.pdf, acesso 08 de novembro de 2011.

SILVA, Angélica Bronzatto de Paiva e; PEREIRA, Maria Cristina da Cunha. O aluno surdo na escola regular: imagem e ação do professor. Universidade de Campinas