Este texto tem como tema central a “Educação Inclusiva”, portanto, é de suma importância definir o que é a Inclusão Escolar. A Inclusão Escolar é o direito a educação que todos os alunos devem ter, inclusive, os alunos portadores de necessidades especiais. Sob essa perspectiva, as escolas devem estar preparadas para atender as especificidades de cada aluno, com adequação das práticas pedagógicas, centrada na criança, baseadas em suas habilidades e não em suas deficiências.
Vale esclarecer, ainda, que só a partir de uma nova visão de educação, escola, currículo e sujeito, será possível estabelecer um debate sobre educação de qualidade para todos nas escolas regulares. Segundo o texto “O enigma da inclusão” as principais dificuldades encontradas na inclusão é o pensamento de que a educação inclusiva somente seria para as crianças com deficiência, como se todas as outras já fizessem parte efetivamente do processo educacional. Outros fatores também influenciam como: a proposta de educação atual que ainda não oferece, nem garante condições satisfatórias para ser considerada efetivamente inclusiva; o professor da classe regular não estar preparado para receber o aluno especial; perde-se muito tempo discutindo a questão da inclusão, do que pesquisando e experimentando formas alternativas de adaptá-la e implementá-la. Sendo assim, é inevitável que a escola percorra longos caminhos e derrube barreiras para então ser considerada inclusiva.
Ainda com base no referido artigo “O enigma da inclusão: das intenções as práticas pedagógica”, a autora chegou à conclusão de que as mudanças na inclusão escolar ocorrerão perante trabalhos inovadores e ousados, pois, a implementação da inclusão, em uma perspectiva inclusiva, não é missão impossível.
Deve-se pensar e repensar os caminhos, porque, o caminho para mudança pode ser árduo e tortuoso, mas, é preciso querer que as mudanças aconteçam de fato.
Ela frisa que é importante pensar e fazer uma escola que inspire a troca entre os alunos, que confronta formas desiguais de pensamento, que busque metodologias interativas, que faça do reconhecimento da diversidade estratégias para uma nova aprendizagem, que conceba o aluno inteiro e respeite a dignidade de todo e qualquer indivíduo.
Acreditamos que há diferenças entre as concepções de inclusão e integração escolar, pois, a inclusão na escola seria, então o processo pelo qual ela se adapta, se transforma para poder inserir em suas classes regulares crianças e jovens portadores de deficiência. Tanto os alunos não-deficientes como os deficientes terão a oportunidade de vivenciar a riqueza da diferença e o fortalecimento dos sentimentos de solidariedade. Vale ressaltar que, neste processo, o mais importante é a necessidade da formação da consciência critica dos profissionais de educação quanto à sua responsabilidade pela aprendizagem de seus alunos, sejam eles deficientes ou não. Já a integração escolar, a que mais interessa aos educadores em geral, tem sido conceituada como um processo de educar-ensinar juntas crianças ditas como normais com crianças portadoras de deficiência, durante uma parte, ou na totalidade do tempo de permanência na escola. Trata-se se um processo gradual e dinâmico que assume distintas formas, segundo as necessidades e características de cada aluno, considerado o seu contexto sócio-econômico. Este conceito traduz o que se conhece com a teoria do ambiente o menos restrito possível, centrada nas aptidões dos alunos que devem ser "preparados" para integração total, no ensino regular.
No texto de Ferreira é possível observar algumas diferenças existentes entre as concepções de integração e inclusão escolar, segundo alguns pesquisadores do tema como Godoffredo e Mazzota, a política de integração não funciona na prática visto que para que a mesma se efetive de fato há o pré-requisito de uma formação especifica do professor para receber esse aluno de inclusão.
Também foi possível observar no presente texto outros apontamentos de diversos autores pesquisadores da inclusão ao qual também se colocam com a afirmação da fala de capacitação e preparo dos profissionais da educação.
Outro aspecto pontuado no texto é a respeito da integração do aluno especial, visto que o mesmo é colocado no ensino regular, porém a inclusão não é de fato efetivada, pois este aluno permanece excluído dentro da sala de aula. Ainda a respeito da integração escolar, observa-se que a mesma não comprova a verdadeira integração social, pois, os alunos mesmo estando inseridos no ensino regular continuam segregados em suas comunidades e seus relacionamentos se limitam a pessoas próximas ao qual mantém contato.
É importante colocar ainda a outro aspecto considerado no texto de Ferreira é a questão de existir mais preocupação com justificativas da inclusão e integração do que em sua aplicação prática; ou seja, perde-se muito tempo em discussões e estudos ao passo que se poderia investir mais em experimentações e reformulações da pratica da inclusão.
Com essas premissas podemos dizer que a inclusão e a integração dos portadores de deficiência, em respeito aos princípios democráticos, tem exigências diferenciadas segundo a natureza de suas dificuldades, os "espaços", onde serão incluídos/integrados, as trajetórias de vida de cada um, os atores da reciprocidade interativa, etc.
Acreditamos que a inclusão e integração do aluno com deficiência ou alunos que não seguem os padrões exigidos pela sociedade, podem acontecer, mas, é um processo que precisa efetivamente de atenção, empenho e engajamento de todos os profissionais do segmento escolar. Todos devem buscar condições necessárias para atender as necessidades apresentadas por esses alunos diferentes, o trabalho em conjunto é fundamental e decisivo quando se fala em inclusão.
Apesar das políticas públicas serem importantes, não são implementada como deveriam. Os profissionais da educação devem buscar suporte, baseados nessas políticas para um melhor desenvolvimento de seu trabalho em sala de aula, para que de fato a inclusão aconteça é importante também que dentro das unidades educacionais, os alunos, realizem integração com todos os indivíduos do ambiente escolar, e nesses momentos os profissionais da educação, devam trabalhar a cooperação, o respeito e a aceitação do outro com sua deficiência ou diferença.
O professor em sala de aula deve propor atividades que envolva todos os alunos, independente da dificuldade apresentada por cada um, pois trata-se de um processo difícil, que apresenta inúmeras dificuldades, a superação deverá ser diária dos obstáculos, além de buscar mudanças para a realização da nossa prática em sala de aula e no ambiente escolar.
Em relação ao necessário para que as escolas trabalhem de fato a inclusão na Educação deve atender todos os alunos com ou sem deficiência, devendo ocorrer trocas entre alunos, através de metodologias interativas e do confronto de pensamentos, além do reconhecimento e respeito das diversidades. É necessária também, a troca de experiências, uma articulação ampla e a decodificação dos obstáculos encontrados.
Outro ponto fundamental é a participação real de todos, condições viáveis e satisfatórias, educação humanitária e justa, centrada na criança e em suas habilidades são fatores essenciais para que ocorra inclusão escolar. O preparo de professores para receberem os alunos especiais, a pesquisa e a experimentação possibilitam melhores oportunidades de aprendizagem e desenvolvimento dos alunos, além de acompanhamento e avaliação de projetos são fundamentais para a inclusão.
Importante, também, é a atenção que a instituição educacional deve ter em relação aos interesses, características, dificuldades e resistências apresentadas pelos alunos. O ambiente escolar precisa ser um espaço aberto, acolhedor, preparado e que possa atender as peculariedades individuais.
A avaliação deve ser instrumento de investigação e diagnóstico da realidade durante todo o processo de ensino-aprendizagem. É preciso repensar e reestruturar o sistema educacional brasileiro, para que todos os alunos progridem através da reorganização de tempos e espaços.
A abertura da relação escola-comunidade deve ser repensada, a participação dos pais nas atividades e nas discussões de questões contribuindo para que ocorra a inclusão, o contexto social em que os aluno estão inseridos precisam ser considerados, pois, depende desse aspecto a inserção desses indivíduos.
Enfim, a intervenção pedagógica, o preparo de profissionais, a aceitação e celebração das diferenças individuais, a valorização de cada pessoa, a convivência com a diversidade, a cooperação, o rompimento da tradição, o respeito á dignidade são fatores essenciais para que ocorra a inclusão na escola.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA: CAPUTO FERREIRA, Maria Elisa. O enigma da inclusão: das intenções às práticas pedagógicas. Minas Gerais: Universidade Federal de Juiz de Fora